Jardim de Cactus (2005) – Dado Villa-Lobos
As pessoas têm a péssima mania de comparar os trabalhos solos de artistas de grandes bandas com o já realizado
Durante estes doze anos passados, Dado foi produtor do seu selo musical, o Rock It!, trabalhou com trilhas sonoras para filmes, entre outras realizações. E resolveu, enfim, lançar um disco solo. Para isso, ele contou com diversas parcerias como Paula Toller, Toni Platão, Humberto Effe, e grava “Luz e Mistério” de Beto Guedes e Caetano Veloso.
Em Jardim de Cactus, Dado Villa-Lobos mostra introspecção, beleza e poesia (nas letras e na melodia). No álbum, Dado compôs a parte musical deixando o restante nas mãos dos parceiros. E só para deixar claro, no CD, Dado não deixa nenhum vestígio sonoro da antiga banda Legião Urbana, a não ser pela homenagem na regravação de “Conexão Amazônica”. Isso, influência não só dos anos passados, mas também das contribuições que enriqueceram o disco.
Com Paula Toller, Dado escreve e canta a faixa-título “Jardim de Cactus”. A música trata da confusão dos sentimentos humanos. “Procurando alguém para visitar e conversar, contar, chorar…”, existe algo mais humano do que isso? Na próxima faixa, Dado canta “Diamante” e o disco chega ao seu ponto máximo de lirismo. O dedilhado suave da guitarra casou perfeitamente com a voz, o clima e a mensagem da música.
O interessante é que Dado mostra seu talento como cantor, mas não se esquece do instrumento que o consagrou. Ele “destrói” na guitarra e faz um rock legal na canção “Como te gusta?”. Jardim de Cactus é marcado por temas atuais, de quem buscou o futuro, sem rancor do passado.