quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Nota em Voga!


“Eu cansei...”

Cansei de Ser Sexy dá preferência às iniciais

Agora é definitivo: o Cansei de Ser Sexy agora é oficialmente CSS. As razões alegadas todos nós já desconfiávamos. O Cansei...ops, o CSS se tornou um sucesso da cena indie mundial e, claro, nos novos horizontes da banda (EUA, Inglaterra, etc,etc) ninguém consegue pronunciar Cansei de Ser Sexy.

Em entrevista dada à Dynamite (olhe no link aí do lado!), o produtor e baterista Adriano Cintra afirma que o nome era praticamente uma piada interna e algumas pessoas acabavam dando conotação feminista. Mas de qualquer forma, não podemos negar que Cansei de Ser Sexy é um nome pra lá de criativo para ser descartado assim.

E outra, existem alternativas. Como o próprio Adriano Cintra diz, o CSS não pretende esquecer a carreira no Brasil. Já que os língua-enroladas pronunciam CSS há tempos, por que não conservar o nome original? Quem conseguir pronunciar, ótimo! E de qualquer forma...para mim elas sempre serão o Cansei de Ser Sexy e ponto final.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Vento, música e árvores dançantes...


Jardim de Cactus (2005) – Dado Villa-Lobos

As pessoas têm a péssima mania de comparar os trabalhos solos de artistas de grandes bandas com o já realizado em conjunto. Tem gente que não consegue entender que o momento passa e os artistas se modificam para seguir em frente. E foi isso que Dado Villa-Lobos fez após o fim da Legião Urbana (em 1996).

Durante estes doze anos passados, Dado foi produtor do seu selo musical, o Rock It!, trabalhou com trilhas sonoras para filmes, entre outras realizações. E resolveu, enfim, lançar um disco solo. Para isso, ele contou com diversas parcerias como Paula Toller, Toni Platão, Humberto Effe, e grava “Luz e Mistério” de Beto Guedes e Caetano Veloso.

Em Jardim de Cactus, Dado Villa-Lobos mostra introspecção, beleza e poesia (nas letras e na melodia). No álbum, Dado compôs a parte musical deixando o restante nas mãos dos parceiros. E só para deixar claro, no CD, Dado não deixa nenhum vestígio sonoro da antiga banda Legião Urbana, a não ser pela homenagem na regravação de “Conexão Amazônica”. Isso, influência não só dos anos passados, mas também das contribuições que enriqueceram o disco.

Com Paula Toller, Dado escreve e canta a faixa-título “Jardim de Cactus”. A música trata da confusão dos sentimentos humanos. “Procurando alguém para visitar e conversar, contar, chorar…”, existe algo mais humano do que isso? Na próxima faixa, Dado canta “Diamante” e o disco chega ao seu ponto máximo de lirismo. O dedilhado suave da guitarra casou perfeitamente com a voz, o clima e a mensagem da música.

O interessante é que Dado mostra seu talento como cantor, mas não se esquece do instrumento que o consagrou. Ele “destrói” na guitarra e faz um rock legal na canção “Como te gusta?”. Jardim de Cactus é marcado por temas atuais, de quem buscou o futuro, sem rancor do passado.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Gatinhos e o que mais?


Myths Of The Near Future (2007) – The Klaxons

Os indies descolados que me perdoem, mas eu não me encantei com a britânica The Klaxons. Fiquei toda animadinha ao saber do sucesso de crítica e público dos rapazes e ainda por cima, por saber que a vocalista do Cansei de Ser Sexy, Luísa LoveFoxxx despeja elogios em cima da banda. Depois descobri que a excursão conjunta entre o Cansei e os Klaxons resultou no namoro entre o vocal Jamie Reynolds e LoveFoxxx. Está explicado? Ou não?

Bom, ainda sim baixei e ouvi (mais de uma vez) Myths Of The Near Future e procurei entender as qualidades que tantos gostaram na música dos Klaxons. Primeiro, o grupo consegue uns acordes de teclado pseudo-apoteóticos, influenciados provavelmente por New Order. Mas nada do que fizeram no álbum conseguiu realmente prender minha atenção.

E olha que eu gosto das misturas entre música eletrônica e rock. Porém, falta algo essencial na música desses garotos. Tempero...graça, vontade de ouvir até o final, sabe? Porém, não posso negar que algumas músicas são legais de se dançar em alguma festa. Two Receivers, It's Not Over Yet, Four Horsemen of 2012 e principalmente Atlantis to Interzone são divertidas sim. Mas entenda, nenhuma é daquelas que eu atravessaria a pista dançando. Resumindo: bonito visual e pouca música boa.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Nota em Voga!


Scarlett Johannson ataca de cantora

Ultimamente a atriz Scarlett Johannson tem me surpreendido. Primeiro, vejo a notícia de que ela é a preferida de Courtney Love para interpretar a própria cantora no filme Heavier Than Heaven. Esse longa será baseado na biografia de Kurt Cobain escrita por Charles Cross.

Depois, meu amigo Túlio Moreira finalmente me empresta o dvd de Encontros e Desencontros (ótimo) e vejo a emocionante atuação da moça. Então, hoje eu entro num site de cultura e descubro que Scarlett Johannson também é cantora! ps.: Em Encontros e Desencontros ela dá uma palhinha musical num japan-karaokê.

Scarlett Johannson vai lançar o disco Anywhere I Lay My Head, que estará disponível nas lojas a partir de 20 de maio. Mas olha só o que podemos esperar: o álbum conta com a participação de Nick Zinner, guitarrista do Yeah Yeah Yeahs e vai ser composto por versões de músicas do cantor/ator estadunidense Tom Waits.

Ahhh...

Antes que eu me esqueça de uma importante informação. Scarlett Johannson participou ano passado de um show com a banda Jesus and Mary Chain. O grupo estava parado desde 1999 e voltou para participar do Festival Coachella, na Califórnia. Juntos eles cantaram Just Like Honey, trilha de Encontros e Desentros.

Quem quiser dá uma olhadinha, o link dessa participação está aqui:

www.youtube.com/watch?v=4paPtRuIw2Y . Mas não se decepcionem, é que o áudio está mesmo ruim.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Lá vem ela...


{DES} CONCERTO ao vivo. 06.07.07 – Pitty


A garota chega em casa. Tira o tênis. Tira a roupa. Liga o som. Sintoniza na rádio mais pop entre os adolescentes de sua idade (ela tem 15 anos). De repente, brota uma mulher cantando rock, que na opinião da garota é muito pesado pro nível da rádio. A música estava pela metade e o refrão era o seguinte: “Mesmo que seja estranho / Seja você / Mesmo que seja bizarro, bizarro, bizarro”...

Ela se assusta, se empolga. Depois de um minuto, fim de música. A garota sai da sala, vai até a cozinha, encontra a irmã caçula e pergunta:

-Nossa! Mayara você ouviu aquela doida cantando bizarrooo?

-Ah já. Ela se chama Pitty!

-Rensga!


Meses depois...

Era véspera do dia das mães. Chove. As meninas e a turminha de amigos nem se importam, afinal, era o primeiro show de rock de verdade da vida delas. A essa altura, imagino que vocês já adivinharam de quem era a apresentação que elas estavam prestes a assistir (se não, é só olhar pra foto aí em cima).

Pois bem, a galerinha do bem (só tomaram água mineral!) esperou cerca de duas horas para ver a bahiana Pitty no palco. “Será que o guitarrista Peu realmente fica pelado durante os shows?”, pensou uma das garotas. Mas logo essa pergunta, ou melhor, todas elas foram respondidas.

“-Muito prazer. Meu nome é Pitty!”

Quase 4 anos depois, eu sentei em frente a TV com o mesmo propósito de antes: ver um show da Pitty. Um show, não. O Show! Só não digo melhor do que a minha lembrança anterior, porque afinal, uma tela de vidro me separava da festa. Pitty {DES} CONCERTO ao vivo mostra todas as qualidades que eu já esperava, atitude, originalidade e boas músicas. Mas a banda nos mostrou algo mais.

Quase na casa dos 30 anos, com tatuagens novas (reparem nas cerejas abaixo do ombro da roqueira), cabelo novo e figurino característico. Essa Pitty é madura. E no melhor sentido da palavra. Já na abertura do show, ela demonstra uma presença de palco invejável. Totalmente segura enquanto explodem a faixa título do último álbum da banda, Anacrônico.

“Cantando cada uma delas (as músicas) como se o mundo fosse acabar na próxima”, ela destrincha a carreira com sucessos, ou não, que a platéia repete em coro. Depois da explosão, a calmaria é bem-vinda e Pitty prova na letra de Déjà Vu que os anos passados foram bem proveitosos. E quando tudo parece muito bom, eles chegam à Brinquedo Torto. Música esta, que eu tive a honra de presenciar a versão original, onde “eu me vendo como um brinquedo torto” ainda era “eu me rendo”. Evolução palpável e Pitty tocando guitarra, o que mais podemos esperar?

Agressão em Memórias, sinceridade em Na sua Estante e uma canção nova: Malditos Cromossomoos! Isso mesmo, um grito. Que Pitty é a roqueira, ou seja, única mulher que faz rock e aparece na mídia, ninguém pode negar. E os versos “Ângulo fora de esquadro / Objeto fálico” podem ser uma alusão ao machismo. E se realmente for, não posso negar, é genial. Assim como toda canção.

A festa segue com um aviso à classe dominante do nosso Belsen tropical: “Quando o caos chegar nenhum muro vai te guardar de você”. E logo chegamos a segunda inédita do álbum: Pulsos. Essa é daquelas que se gosta de cara, sucesso garantido. E o melhor de tudo é o conteúdo, coisa rara de se ouvir em algumas rádios por aí. Pitty continua no comando do show. Motivo, razão e circunstância de todos estarem presentes.

E como tudo chega ao fim, a banda encerra com Seu Mestre Mandou (oh lembranças! Minha primeira vez numa roda de hardcore foi nessa música) e claro, a clássica Máscara. Desta vez, essa música não teve nenhuma inserção de cover, mas o brilho e a atitude são as mesmas. Final de show, banda orgulhosa, fãs felizes e a certeza que Pitty será um dos ícones do Rock Brasileiro. Duvida? É esperar pra ver!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Diversão e nada mais


Young for Eternity - The Subways - 2005

Ser jovem por toda a eternidade é o sonho de muitos e especialmente da banda britânica The Subways. É que o disco de estréia do trio, lançado originalmente em 2005, exala energia juvenil. Young for Eternity mostra tudo o que eu, você ou qualquer outro jovem que curte o bom e velho punk rock gostaríamos de ouvir durante um show.

E para isso eles seguem uma receita simples e já repetida à exaustão: letras simples e genéricas, riffs de guitarra que se repetem durante toda a música e uma bateria, pra lá de divertida. Até aqui nenhuma novidade, já que há mais de 30 anos os Ramones inventaram tais características. Mas alguns detalhes da sonoridade da banda merecem atenção. Um deles é o vocal rasgado, a lá Kurt Cobain, de Billy Lunn.

A voz rouca do rapaz completa a sensação de força e energia proposta pela bateria de Josh Morgan. Por outro lado, o estridente back-vocal de Charlotte Copper (xará da, também britânica, campeã de tênis do século passado) soa rebelde assim como as danças loucas que a dupla executa nos clips e no palco.

Os Subways chegam ao máximo da simplicidade (e por que não genialidade?) no hit Rock’n’Roll Queen. Com praticamente o mesmo verso se repetindo toda a música, o trio faz qualquer erudito mexer os esqueletos. Apesar do nome, Oh Yeah! é outro single, um pouquinho mais complexo que o anterior, e representa tudo que Billy, Charlotte e Josh tem de melhor, ou seja, energia e empolgação.

No entanto, como bem diz os versos de Oh Yeah!, a juventude não dura para sempre e o álbum passa a ser repetitivo a partir da sétima ou oitava canção. Mas isso é perdoável, já que o Young for Eternity cumpriu a função: foi divertido até o último segundo. O desafio que fica para os Subways, serve também para toda nova banda indie, amadurecer é preciso.

Talento sempre vivo


Morrissey promete disco de inéditas e coletânea para 2008

The Police e Mutantes cabeceiam a onda de revivals que preenchem os sites de noticias culturais e alegram os fãs saudosistas. Mas o cantor Morrissey contraria essa onda e resolve seguir em frente com a carreira solo. E para isso, ele prepara o lançamento do novo single chamado That's How People Grow Up para dia 28 de janeiro. Enquanto isso, Morrissey aquece as cordas vocais numa agenda de shows novinha em folha. A série de apresentações já começou, mas por enquanto só em Londres.

Enquanto grandes lendas do rock voltam em turnês, o ex-vocalista da britânica The Smiths preferiu recusar a oferta de 75 milhões de euros para o retorno da banda e dar continuidade a carreira solo. É que, além do single e da volta aos palcos, Morrissey vai lançar novo disco e uma coletânea de sucessos. A proposta surgiu através da Warner Music, e o álbum deve sair esse ano. O fã carioca Nelson Antunes não sabe o que esperar deste novo trabalho de Morrissey. “Ele sempre muda e isso é ótimo”, afirmou o fã.

Entretanto, em entrevista a BBC News, o astro nos dá uma dica. “O disco está destinado sofrer influências que resultam em letras conhecidas por incorporarem comentários de cunho social e político”, comentou Morrissey em uma entrevista que muitos dariam um rim para executa-la. O disco anterior do cantor foi Ringleader of the Tormentors lançado em 2006, ou seja, a volta de Morrissey não é nenhum revival. “As pessoas acham que nesse hiato ele ficou em casa, mas ele continuou nos palcos”, alerta Nelson Antunes.

Para ele, o problema é que a exceção do Viva Hate (1988), o primeiro disco solo de Morrissey, os outros não tiveram uma divulgação digna no Brasil. Sobre isso, o ídolo faz questão de frisar à BBC News: “estou fora do mainstream e o mainstream nunca me vai deixar entrar”. Já para o médico mineiro Daniel Boratto o conflito está com velhos fãs dos Smiths. “O trabalho dos Smiths foi tão perfeito e genuíno que gerou uma expectativa imensa a respeito da carreira solo do Morrissey, uma expectativa impossível de corresponder”, afirma Daniel.

A vida do The Smiths foi cronologicamente curta, de 1982 a 1987, mas deixou músicas imortais no mundo pop (Charming Man e The Queen is Dead são meros exemplos) e milhões de fãs órfãos pelo mundo. Isso porque, eles quebraram a visão do rock’n’roll como afirmação ou simples inteligência para falar de coisas cotidianas como solidão. Como conseqüência, os fãs idolatram a banda e muitos se fecham a carreira atual dos artistas. Não é o caso de Daniel Boratto, mas ele afirma que The Smiths é a melhor banda do mundo e é ainda mais radical com a afirmação “são melhores que os Beatles, melhores que o U2, infinitamente melhores que o Nirvana”.

As influências do astro estão os literatos Oscar Wilde e Shelagh Dalaney, a banda estadunidense New York Dolls. Dessa última, Morrissey criou o primeiro fã clube inglês, ainda na juventude. Aliás, foi daí que o jovem Morrissey resolveu encarar a empreitada e seguir em frente na carreira musical. Tentou, sem sucesso mostrar seu talento na banda Nosebleeds. E realmente tudo deu certo quando encontrou o promissor guitarrista Johnny Marr. Juntos, eles eram o núcleo criativo dos Smiths e isso resultou, muitas vezes em brigas. Tanto que Marr não agüentou o tranco, o que levou ao fim do grupo. Muitos chegam a afirmar que havia algo mais entre os dois. “Admiração, respeito, amor platônico (dizem alguns)”, concorda Nelson Antunes.

Apesar do sucesso de Morrissey na banda, após o fim ele ainda manteve as mesmas características. De Viva a Hate à Ringleader of the Tormentors, Morrissey cria rocks básicos e, como afirma Daniel, baladas de cortar o coração. Mas não pára aí. Vegetariano e pacifista, o músico também faz críticas sociais em suas músicas. Ainda dos Smiths, Meat is Murder (1985) é um protesto à sociedade ocidental carnívora, o álbum The Queen is Dead (1986) é uma afronta direta à família real inglesa assim vai.

Esse último é considerado a obra-prima da banda. Nele a dupla Morrissey / Marr aparece mais inspirada do que nunca. Ao lado de Strangeways, Here We Come (1987), Meat is Murder e do solo Viva Hate, The Queen is Dead está com destaque no livro, récem-lançado no Brasil, 1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer. Esse livro é uma verdadeira bíblia da música pop feita nos últimos 50 anos e é escrito por mais de 90 jornalistas e críticos. Assim como toda a sua obra, esperamos agora que o novo álbum de Morrissey também esteja tão imperdível.