domingo, 21 de dezembro de 2008

mais que Rebel Girl


Kathleen Hanna é Julie Ruin

Revolucionária pela própria existência, não é novidade para ninguém que a música de Kathleen Hanna soa como hino para uma geração de meninas. A historinha é basicamente essa: anos 90, Hanna e cia fundaram uma banda que viria a ser conhecida como símbolo do movimento Riot Grrl.

A proposta desse movimento era expandir os horizontes musicais das garotas. Mostrou que o nosso papel dentro do rock poderia ser maior do que simplesmente ouvintes, groupies, e por excelentes mas poucas vezes, cantoras e compositoras. Garotas poderiam montar suas próprias bandas e falar sobre os problemas enfrentados.

O Bikini Kill e outras grupos Riot Grrl fizeram mais que isso e passaram a apresentar conteúdo feminista em suas letras. Assim, o movimento propunha a conscientização por meio da música e sonoricamente é e era punk. Encarado como moda passageira ou como uma bomba relógio em potencial, o Riot Grrl ganhou certa notoriedade da mídia da época e o apoio de roqueiras velhas de guerra como, Joan Jett.

Pois bem, quando eu comecei a ouvir Bikini Kill (2004, acho.) a banda nem existia mais e Kathleen Hanna já era vocalista do Le Tigre (óteema banda de electro-punk). E até hoje era o que eu conhecia do trabalho da artista. Esta tarde descobri a Julie Ruin, alter-ego de Kathleen Hanna. Em 1998, ela entrou no seu quarto e gravou o único álbum com esse pseudônimo, que depois seria conhecido como ponte entre o Bikini Kill e o Le Tigre.

Depois de certa dificuldade, consegui baixar alguma coisa deste álbum e parece que concordo. Em Julie Ruin, Kathleen começa a misturar as batidas eletrônicas à rapidez punk e a rebeldia da sua voz. As letras continuaram ácidas e, mais uma curiosidade, as fotos de divulgação de Julie Ruin traziam a cantora numa biblioteca e lendo o tal livro Radical Feminism. E é claro que eu adorei e ainda tentarei baixar todas as músicas do disco.

“Eu quero uma revolução / Você quer fazer sua marca / Mas não é culpa ou punição / Eu quero ver o mundo agora reorganizado / Em termos das necessidades das pessoas. // (Talvez esta noite) / Poderíamos trazer o diabo em matéria de luta / (Talvez esta noite) / Eu posso ver que eu não quero morrer.” // Julie Ruin - The Punk Singer.

“Só porque meu mundo, querida irmã / É tão fudido de tantos estupros, significa que meu corpo deve sempre ser uma fonte de dor? / Não, não, não. // (…) Eu acredito em possibilidades radicais de prazer.” // Bikini Kill – I Like Fucking.

p.s.1: Nada de trocadilhos sem graça: Julie Ruin = Julie Ruína.

p.s.2: Kathellen Hanna também é ativista do feminismo. Já trabalhou em uma ONG contra violência doméstica, escreve textos sobre a temática feminista e fez participação em álbuns de artistas como Joan Jett e Green Day.

p.s.3: *.* Ouça:

Biquini Kill - Rebel Girl (Clássico ao cubo! Vídeo interessante. Nunca entendi, mas interessante.)

Julie Ruin - V.G.I (prestem atenção nesta filosofia)

Le Tigre - Deceptacon (tinha que essa ser, ok?)

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