quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Bye, Bye 2008


Não há dia mais oportuno para responder o meme que o Túlio me enviou do que hoje. Na verdade, eu nem sei o que é um meme, mas o que importa são as 10 coisas boas que ocorreram em 2008. Ano difícil, eu já disse…ok, vamos lá.

1- Festival Matéria-Prima: deu trabalho do capeta, ficamos todos cansados, stressados, etc, etc. Tudo bem. Mas foi a primeira vez que dei o sangue por alguma coisa que deu certo. Além de toda a experiência que adquiri, foi realmente um estouro ver o Martim Cererê lotadasso no nosso festival.

2- A viagem da minha mãe: ok, não fui eu quem viajou. Mas, e tenho dito, essa viagem foi fundamental para a recuperação da minha mãe e acho que ela não estaria como está hoje sem ter ido visitar a minha tia Márcia (beijo pra ela).

3- Fica 2008: cara, fazia muito tempo que não tinha muitos amigos juntos num mesmo lugar. O resultado disso foi diversão para chuchu. Trela da Mulher do Bug Branco, da narrativa de Túlio e Lílian sobre como encontraram Cindy e Marcela perdidas e decadentes num meio fio e da morgação irreparável de domingo.

4- Concluir 1 ano e meio de Rádio Universitária: foi uma experiência decisiva para mim (e penso que também seja para todos os estudantes que passaram por lá e blá, blá, blá). A Rádio me deu a noção necessária do que é de verdade a experiência jornalística e tals. Sem esquecer das pessoas (99% são legais) que conheci ou me aproximei lá.

5- A Mayara (minha irmã): pela primeira vez nos últimos 18 anos, fiquei a maioria do tempo longe da minha irmã. Eu poderia dizer como está péssima a minha experiência de filha única, porém quero destacar o lado bom da coisa. Não sei se foi a separação e tudo mais, mas o bom foi que nós nos aproximamos como nunca. (pelo menos, eu acho).

6- Pessoas novas: ah, descobri ou me aproximei de um monte de figurinhas facombianas que antes eram incógnitas para mim. Destaques para Lílian, Marília, Péricles, Juliana Marton, Angélica, Carol, Renato, Lorena (mais alguém?), e claro, todo o povo do Perro. Ah, dentre essas pessoas está também a Natasha (quem conhece sabe o quanto ela é especial).

7- Perro Loco 2: só digo que construir um Festival de Cinema Universitário Latino Americano não é fácil. Foi muito feliz para mim participar disso, mesmo com as dores de cabeça e pá, e o que fica para o ano que vem é a certeza de que posso fazer mais.

8- Pesquisa eleitoral: bem, foi um trabalhão dos diabos (que ainda não foi concluído). A experiência também foi legal, com direito a emocionantes viagens pela cidade, entrevistar gente de tudo quanto é jeito, etc, etc. Mas destaques para as companheiras legais que encontrei lá: Elisa, Paula, Luana e Welbia.

9- Ah, claro: junto com o Túlio, Evaldo, Cindy e CIA L.T.D.A. me tornei uma especialista em butecos do Centro de Goiânia. Se você quer dicas para este tipo de diversão é só me procurar. ;)

10- E por último, todos os meus amigos: como dizem ser normal, esse ano me aproximei ainda mais de alguns amigos e fico feliz por isso. Mas os amigos verdadeiros que me afastei, e eles sabem quem são, estão sempre no meu coração (oun).

Então, acho que é isso.

Minha indicação vai para: Marília e Lílian, já que todas as outras pessoas que parece ler isso daqui já indicadas.

p.s.1: e Feliz Ano Novo para todos!

p.s.2: a vida adulta bate a minha porta e eu...

sábado, 27 de dezembro de 2008

Young Folks

Se eu te dissesse coisas que eu fiz antes

Te dissesse como eu costumava ser

Você iria junto com alguém como eu?

Se você conhecesse minha história, palavra por palavra,

Tivesse toda a minha história

Você iria junto com alguém como eu?

Eu fiz antes e tive minha quota

Eu não guiei em lugar nenhum

Eu iria junto com alguém como você.

Não importa o que você tenha feito.

Com quem você estivesse amarrado

Nós poderíamos ficar por aí e ver esta noite inteira. 

(Peter Bjorn and John)

p.s.: ao som da trilha sonora de A Favorita! Sim, ando televisiva novamente! (haha)

Para quem ainda não conhece, o clipinho lindo. *.*

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Quantos anos couberam em 2008?


Vamos lá. Relembremos as desgraças. Viver uma só vez não é o bastante, temos que levar as lições para o futuro. EUA, China, Rússia, Índia, sexo, dinheiro…Brasil? As garotas de programa eram travestis. Também podemos estar em New York City, ou quem sabe, aqui. O amor não tem sexualidade. Bebeu demais? Se drogou de mais? Ela só tem 25 anos. Madonna tem 50.

Um novo líder conquista a América? Qual América? A América existe? Um capítulo emocionante na história da humanidade. Se dizem, eu sou obrigada a concordar. Fim de uma longa jornada? Crise mundial e o sonho americano já era. Ainda sim, fazem cem anos que Machado de Assis morreu. E daí, eu nunca terminei de ler um livro dele. Você já leu?

"2008 - Um ano que valeu por quantos?" Pessoalmente, Sérgio Chapelin, valeu por 10. Enfim, não tenho mais saco. Evaldo, vamos ouvir Joy Division? "Estamos em pleno século XXI", menina!

p.s.1: a última frase e várias outras retiradas da Retrospectiva 2008 da Globo. (que ainda está no ar!)

p.s.2: Alguém realmente se lembrava da Isabela Nardoni? E da Eloá? E da Silvia Calabresi (num apartamento de luxo em Goiânia)? Poupe-me.

p.s.3.: Na foto Madonna, em 1988. Nada a ver ou nada haver?

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

"Busca insaciável por corações e mentes"



“Pois o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e torná-lo humano por sua confrontação com a realidade. Ninguém que não a tenha sofrido pode imaginar essa servidão que se alimenta de imprevistos da vida. Ninguém que não a tenha vivido pode conceber, sequer, o que é essa palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo das primícias, a demolição moral do fracasso. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderá persistir num ofício tão incompreensível e voraz, cuja obra se acaba depois de cada notícia como se fora para sempre, mas que não permite um instante de paz enquanto não se recomeça com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.”
(Gabriel Garcia Marquez)

p.s.1: Porque, volta e meia, bate um orgulho inexplicável dessa profissão! 
Um desses momentos aconteceu ao ler essa descrição humanamente verdadeira.
Créditos também ao orkut da Angélica!

p.s.2: Feliz Natal! 

domingo, 21 de dezembro de 2008

mais que Rebel Girl


Kathleen Hanna é Julie Ruin

Revolucionária pela própria existência, não é novidade para ninguém que a música de Kathleen Hanna soa como hino para uma geração de meninas. A historinha é basicamente essa: anos 90, Hanna e cia fundaram uma banda que viria a ser conhecida como símbolo do movimento Riot Grrl.

A proposta desse movimento era expandir os horizontes musicais das garotas. Mostrou que o nosso papel dentro do rock poderia ser maior do que simplesmente ouvintes, groupies, e por excelentes mas poucas vezes, cantoras e compositoras. Garotas poderiam montar suas próprias bandas e falar sobre os problemas enfrentados.

O Bikini Kill e outras grupos Riot Grrl fizeram mais que isso e passaram a apresentar conteúdo feminista em suas letras. Assim, o movimento propunha a conscientização por meio da música e sonoricamente é e era punk. Encarado como moda passageira ou como uma bomba relógio em potencial, o Riot Grrl ganhou certa notoriedade da mídia da época e o apoio de roqueiras velhas de guerra como, Joan Jett.

Pois bem, quando eu comecei a ouvir Bikini Kill (2004, acho.) a banda nem existia mais e Kathleen Hanna já era vocalista do Le Tigre (óteema banda de electro-punk). E até hoje era o que eu conhecia do trabalho da artista. Esta tarde descobri a Julie Ruin, alter-ego de Kathleen Hanna. Em 1998, ela entrou no seu quarto e gravou o único álbum com esse pseudônimo, que depois seria conhecido como ponte entre o Bikini Kill e o Le Tigre.

Depois de certa dificuldade, consegui baixar alguma coisa deste álbum e parece que concordo. Em Julie Ruin, Kathleen começa a misturar as batidas eletrônicas à rapidez punk e a rebeldia da sua voz. As letras continuaram ácidas e, mais uma curiosidade, as fotos de divulgação de Julie Ruin traziam a cantora numa biblioteca e lendo o tal livro Radical Feminism. E é claro que eu adorei e ainda tentarei baixar todas as músicas do disco.

“Eu quero uma revolução / Você quer fazer sua marca / Mas não é culpa ou punição / Eu quero ver o mundo agora reorganizado / Em termos das necessidades das pessoas. // (Talvez esta noite) / Poderíamos trazer o diabo em matéria de luta / (Talvez esta noite) / Eu posso ver que eu não quero morrer.” // Julie Ruin - The Punk Singer.

“Só porque meu mundo, querida irmã / É tão fudido de tantos estupros, significa que meu corpo deve sempre ser uma fonte de dor? / Não, não, não. // (…) Eu acredito em possibilidades radicais de prazer.” // Bikini Kill – I Like Fucking.

p.s.1: Nada de trocadilhos sem graça: Julie Ruin = Julie Ruína.

p.s.2: Kathellen Hanna também é ativista do feminismo. Já trabalhou em uma ONG contra violência doméstica, escreve textos sobre a temática feminista e fez participação em álbuns de artistas como Joan Jett e Green Day.

p.s.3: *.* Ouça:

Biquini Kill - Rebel Girl (Clássico ao cubo! Vídeo interessante. Nunca entendi, mas interessante.)

Julie Ruin - V.G.I (prestem atenção nesta filosofia)

Le Tigre - Deceptacon (tinha que essa ser, ok?)

domingo, 14 de dezembro de 2008

olhos de ressaca.



Acabei de assistir o último capítulo da microssérie Capitu e confesso que fiquei emocionada. E como não se comover? Acho que, realmente, Machado não iria se decepcionar diante do casal Bentinho e Capitu na telinha da Globo. E nem com a trilha sonora. Então, é isso pessoal!





Elephant Gun
Beirut


Se eu fosse jovem, eu fugiria desta cidade
Enterraria meus sonhos no subsolo
Como eu, nós bebemos para morrer, nós bebemos essa noite

Longe de casa, elephant gun
Vamos derrubá-los um a um
Nós os deitaremos, eles não foram encontrados, não estão por aqui

Que comecem as estações - elas rolam como devem
Que comecem as estações - derrube o grande rei

E rasgam o silêncio do nosso acampamento à noite
E rasgam a noite

E rasgam o silêncio do nosso acampamento à noite
E rasgam o silêncio, tudo que é deixado é o que eu escondo.


p.s.1 : sim, elephant gun é uma arma para caçar elefantes.

p.s.2: sim, eles dançam valsa com fones de ouvido.

sábado, 6 de dezembro de 2008

don't expect me


Jesus Não Me Quer Como Mensageiro

Jesus não me quer como mensageiro
Os mensageiros nunca foram como eu

Não espere que eu chore
Por todas as razões que você teve para morrer
Nem nunca peça seu amor de mim

Não espere que eu chore
Não espere que eu minta
Não espere que eu morra por ti


p.s.: nostalgia no volume máximo.

Uma dança para os dias


Descobri hoje que o Dance of Days lançou outro álbum, cd ou ep ou sei lá o que… enfim, estão com novo trabalho recém saído do forno. O segundo do ano, e que carrega parte do nome do grupo: Dança das Estações. A informação me surpreendeu porque  no início de 2008, a banda já havia disponibilizado para vendas e downloads o disco Insônia.

O interessante que o tempo passa, eu esqueço da existência do Dance, mas basta ouvir uma única música e eu canto como se fosse a primeira vez. E falo sem medo, que o Fábio Nenê Altro é o melhor letrista, do chamado rock alternativo brasileiro, que eu conheço. Até livro lançado ele tem (se chama Os Funerais do Coelho Branco, título de uma das canções mais marcantes do Dance).E é uma pena que ainda limitam o Dance of Days ao rótulo de emo (sem nenhum preconceito contra o tal estilo). Mas finalmente, parece que a moda passou. Esqueceram um pouco dos emos e o Dance continua firme. Abaixo, meu argumento de peso sobre a qualidade das letras do Nenê Altro. 


Um Dia Comum

(Dance of Days)

Foi-se o tempo em que ter o que dizer serviu pra alguma coisa. E encontrei sentido em manter passos que nada de novo oferecem ou esperanças de que tudo isso irá ter fim.

Porque hoje é mais um dia como outro dia qualquer e meus olhos não acham sentido algum. Quando a luz se apaga e já não vejo as placas: me diz, pra onde eu vou? Me diz, pra onde eu vou? Quando a voz se cala e só me restam mágoas: me diz quem é que eu sou? Me diz quem é que eu sou? Quando a um mar de nada, entrego minhas forças e desisto de entender.

De que vale olhar tanto o espelho, se ninguém vai te procurar? De que vale guardar tanto segredo, se ninguém se interessa por tudo o que você pensa ter de melhor nessa vida.

É só mais um dia comum em que o céu desaba e estrelas de lata ferem nossas mãos. É só outra ambição a ser cultivada e depois destroçada. É só outra ilusão. Me diz, pra que então, pensar não ser água e tentar inflamar nossos corpos em vão? Me diz qual a razão de cultivar a estrada quando sei que nada nasce de nossas mãos? É inocência então crer sobreviver ao dia comum.

Quando na verdade ele é quem manda em nossa vida e nos dá o gosto da partida mesmo sem nunca termos saído daqui. É só um dia então como outro dia qualquer, em que você não é ninguém. Especial pra ninguém.


p.s.1 : Uma vez, eu e a minha irmã no ônibus e ao lado metaleiros. Nossa aparência era 2006 bem típico: eu com uma blusa escrito bem grande: Dance of Days, cinto de rebite e adidas. Mayara de franjinha curta, blusinha colorida e calça jeans. Daí, eles vieram a viagem inteiran xingando os tais emos. Resultado: eu fiquei cagando de medo que eles resolvessem nos seguir, após a saída da linha 020 (Terminal Cruzeiro – Setor Universitário). Mas enfim, eles se limitaram ao famoso gesto com o dedo do meio erguido. xD

p.s. 2: Quer ouvir? Clique aqui. 

p.s. 3: Interessante que o arquivo do Dança das Estações, o novo trabalho da banda, vem com um documento em pdf contendo as letras das músicas. E ah, para quem conhece, tem uma música chamada Os Funerais do Coelho Branco 2. O que esperar? Baixe aqui.