sábado, 6 de dezembro de 2008

Uma dança para os dias


Descobri hoje que o Dance of Days lançou outro álbum, cd ou ep ou sei lá o que… enfim, estão com novo trabalho recém saído do forno. O segundo do ano, e que carrega parte do nome do grupo: Dança das Estações. A informação me surpreendeu porque  no início de 2008, a banda já havia disponibilizado para vendas e downloads o disco Insônia.

O interessante que o tempo passa, eu esqueço da existência do Dance, mas basta ouvir uma única música e eu canto como se fosse a primeira vez. E falo sem medo, que o Fábio Nenê Altro é o melhor letrista, do chamado rock alternativo brasileiro, que eu conheço. Até livro lançado ele tem (se chama Os Funerais do Coelho Branco, título de uma das canções mais marcantes do Dance).E é uma pena que ainda limitam o Dance of Days ao rótulo de emo (sem nenhum preconceito contra o tal estilo). Mas finalmente, parece que a moda passou. Esqueceram um pouco dos emos e o Dance continua firme. Abaixo, meu argumento de peso sobre a qualidade das letras do Nenê Altro. 


Um Dia Comum

(Dance of Days)

Foi-se o tempo em que ter o que dizer serviu pra alguma coisa. E encontrei sentido em manter passos que nada de novo oferecem ou esperanças de que tudo isso irá ter fim.

Porque hoje é mais um dia como outro dia qualquer e meus olhos não acham sentido algum. Quando a luz se apaga e já não vejo as placas: me diz, pra onde eu vou? Me diz, pra onde eu vou? Quando a voz se cala e só me restam mágoas: me diz quem é que eu sou? Me diz quem é que eu sou? Quando a um mar de nada, entrego minhas forças e desisto de entender.

De que vale olhar tanto o espelho, se ninguém vai te procurar? De que vale guardar tanto segredo, se ninguém se interessa por tudo o que você pensa ter de melhor nessa vida.

É só mais um dia comum em que o céu desaba e estrelas de lata ferem nossas mãos. É só outra ambição a ser cultivada e depois destroçada. É só outra ilusão. Me diz, pra que então, pensar não ser água e tentar inflamar nossos corpos em vão? Me diz qual a razão de cultivar a estrada quando sei que nada nasce de nossas mãos? É inocência então crer sobreviver ao dia comum.

Quando na verdade ele é quem manda em nossa vida e nos dá o gosto da partida mesmo sem nunca termos saído daqui. É só um dia então como outro dia qualquer, em que você não é ninguém. Especial pra ninguém.


p.s.1 : Uma vez, eu e a minha irmã no ônibus e ao lado metaleiros. Nossa aparência era 2006 bem típico: eu com uma blusa escrito bem grande: Dance of Days, cinto de rebite e adidas. Mayara de franjinha curta, blusinha colorida e calça jeans. Daí, eles vieram a viagem inteiran xingando os tais emos. Resultado: eu fiquei cagando de medo que eles resolvessem nos seguir, após a saída da linha 020 (Terminal Cruzeiro – Setor Universitário). Mas enfim, eles se limitaram ao famoso gesto com o dedo do meio erguido. xD

p.s. 2: Quer ouvir? Clique aqui. 

p.s. 3: Interessante que o arquivo do Dança das Estações, o novo trabalho da banda, vem com um documento em pdf contendo as letras das músicas. E ah, para quem conhece, tem uma música chamada Os Funerais do Coelho Branco 2. O que esperar? Baixe aqui.



 

2 comentários:

Unknown disse...

"De que vale olhar tanto o espelho, se ninguém vai te procurar? De que vale guardar tanto segredo, se ninguém se interessa por tudo o que você pensa ter de melhor nessa vida."

apesar de nao tr sido EU qm escreveu isso - posso declarar em alto e bom som que me resume completamente...

bjO marcela!

Túlio Moreira disse...

cinto de rebite, aheoaheoha

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vc sabe q eu tenho preconceito contra Dance of Days, mas até q as LETRAS são bonitas... já a música...