quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

É uma resistência...


The Distillers (2000) - The Distillers


Sabe aquela fase que muda completamente a sua vida? A maioria poderia dizer que isso ocorre com todo mundo na adolescência, no dia em que você recebe o primeiro salário ou quando você se torna mãe. Bem, eu digo que não. Isso não ocorre com todas as pessoas do mundo.

Enxergar caminhos diferentes não é pra qualquer um. Sorte minha que conheci as pessoas na hora “errada” e não recebi orientação na hora “certa”. Eu poderia optar por seguir o bê-a-bá da mocinha e engolir, aceitar. Mas então, chegou um momento que eu pude dizer: “não mamãe, eu não gosto e não vou ir à igreja” ou “se ele pode, eu também posso”. Wow, rasguei a calça e fui pra rua.

Com o tempo a gente cresce um pouquinho, aprende que não dá para sobreviver com a filosofia “anti-tudo”, deixa para traz rebeldias adolescentes e descobre que outras coisas foram realmente legais e úteis. The Distillers é uma delas. Tudo bem, atualmente eu não quero ter um moicano como a Brody Dalle e muito menos me casar com ela. Tudo certo, eu não ouço mais hardcore todos os dias. Mas até hoje, me dá uma arrepio quando ouço os acordes e gritos iniciais da música Blackheart.

Agressão, ousadia e bebidas destiladas ... tudo o que eu precisava na época!

domingo, 24 de fevereiro de 2008

"Vamos a pasear?"


COQUETEL MILIOPÃ - Lançamento do 2° Festival Oito Pras Onze – 22/02/08

Show: Madame Mim e Superputo

Na fila:

“- Nossa, pelo visual a galera aqui tá querendo ser VJ da MTV.

- Vish, eu só vejo MTV na casa dos outros. Mas é o emprego dos sonhos!”

Então, na última sexta-feira foi a primeira vez que eu fui ao Centro de Tecnologia do Espetáculo (CETE). E a impressão não poderia ser melhor. Fios desencapados e tijolos à mostra só garantiram um charme especial ao lugar. Mas e aí, vamos entrar?

Primeiro lance de escadas e sala principal com música, telão exibindo cenas de filmes e poucas pessoas. Será que chegamos cedo demais? Segundo lance de escadas: andar lotado, bar lotado e gente dançando.

O Ambiente: sala preta, sofá quadrado no meio, escada ao fundo, DJ em cima e visa para a Avenida Anhanguera. Tudo bem legal mesmo. Até que...

COQUETEL MILIOPÃ – Parte 2:

Madame Mim sobe ao palco. Opa...palco que nada! Ela canta aqui no chão mesmo. E o povão adora.o visual academia de ginástica colorida caí em cima da batida comandada pelo Superputo (o DJ parceiro da Madame).

“HELADO DE LIMON

VAMOS A PASEAR
YO NO QUIERO MAS QUEDAR AQUI
SI NO YO VOY A GRITAR

QUIERO VER EL SOL
COMER HELADO DE LIMON
SALIR DE DIA Y NOCHE
EN LOS DIAS DE CALOR

SALIR DE COCHE, DE BICICLETA
SALIR DE MOTO, DE PATINETA
4 X 4, CAMIONETA
SALIR ANDANDO O DE PATINES

QUIERO VER EL SOL
COMER HELADO DE LIMON
SALIR DE DIA Y NOCHE
EN LOS DIAS DE CALOR”

Enquanto canta, ela pula no sofá, corre para escada e a gente desce até o chão. Quanta energia! E uma surpresa: Madame Mim faz nova versão para uma música da rainh,miss, gênia do funk carioca Tati Quebra-Barraco. “FAMA DE PUTONA SÓ PORQUE COMO O SEU MACHO”.

Devo confessar que conhecia a Madame Mim só de nome. Nunca tinha ouvido nenhuma música dela. Por isso, foi bem legal ouvir e dançar ao som de uma batida eletrônica de peso. Não é qualquer banda de eletro-indie-punk-rock (ou o que seja) que consegue. Mas palmas à Madame Mim e Superputo, Montage, Bonde do Rolê, Santa Claus, Bonde das Impostoras, e claro, CSS. Agora, me digam...onde o eletro-rock e adjacências vão parar?

Quer ouvir? Myspace Madame Mim : www.myspace.com/mimadame


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sobre Baader Meinhof - Blues

Segue o e-mail enviado hoje por André de Leones:

“Oi.

Sobre o Baader-Meinhof:

A Facção Exército Vermelho (em alemão, Rote Armee Fraktion ou RAF), também conhecida como Baader-Meinhof, foi uma organização terrorista alemã de extrema esquerda, fundada em 1970, na antiga Alemanha Ocidental, e dissolvida em 1998. Recebeu a alcunha Baader-Meinhof, depois que Andreas Baader escapou da polícia graças à ajuda de uma jornalista de esquerda, Ulrike Meinhof.

Mais aqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fac%C3%A7%C3%A3o_Ex%C3%A9rcito_Vermelho

Beijocas
André”
ps.: além disso, Baader Meinhof-Blues é uma música do conjunto Legião Urbana. (leia o post abaixo)
Putz, eu nem joguei na wikipedia hein. Mas me dêem um desconto, eu tinha uns 15 anos quando descobri a música e ainda nem o Orkut existia. hahahaha. Agora preciso digerir a informação.
Valew André!

Eis A Banda de Rock do Brasil

Legião Urbana (1984) - Legião Urbana

Gostar de Legião Urbana é uma coisa bem fácil. Qualquer adolescente que ouvir Será ou Faroeste Caboclo achará as músicas legais. São boas sim, mas a questão é: essas músicas executadas milhões de vezes não são nem o topo do iceberg qué a Legião Urbana. Quem conhece bem a banda, sabe disso. E sem falsa modéstia, de Legião Urbana eu entendo. (E custei a decidir se escreveria ou não sobre a banda.)

Voltando ao ano de 1984, Dado Villa-Lobos, Renato Russo, Renato Rocha e Marcelo Bonfá eram apenas uns garotos de Brasília tentando gravar um LP. Depois de dificulades: alguns surtos de Renato Russo durante a gravação e algumas trocas de produtores, eles conseguiram com sucesso. Pela primeira vez, chega a mídia rock brasileiro com qualidade, atitude e sentimento.
Influenciados claramente pelo punk e pós-punk ingleses da época, o disco Legião Urbana traz, não apenas o hino de uma geração. E sim, faixa após faixa de letras sinceras, batidas eficientes e músicas boas de se ouvir.

Para provar parte do que falo, segue abaixo alguns trechos fodas.
A Dança – faixa 2:

“Não sei o que é direito / Só vejo preconceito / E a sua roupa nova / É só uma roupa nova / Você não tem idéias / Pra acompanhar a moda / Tratando as meninas / Como se fossem lixo / Ou então espécie rara / Só a você pertence / Ou então espécie rara / Que você não respeita / Ou então espécie rara / Que é só um objeto / Pra usar e jogar fora / Depois de ter prazer.”

Essa música faz uma alusão perfeita à geração jovem da época, que encaixa perfeitamente ao período atual. Às vezes tenho a impressão que o personagem da letra é um playboy qualquer, outras vezes parece ser o próprio Renato Russo. Ou talvez, seja os dois.

“Nós somos tão modernos / Só não somos sinceros / Nos escondemos mais e mais / É só questão de idade / Passando dessa fase / Tanto fez e tanto faz...”

Perdidos no Espaço – faixa 5:

"Escrevi pra você e você não respondeu / Também não respondi quando você me escreveu / Anotei seu telefone num pedaço de papel / E calculei seu ascendente no recibo do aluguel."
Rimas pobres, mas legais. O som de Perdidos no Espaço é o resultado do pós-punk que os rapazes da Legião ouviam na época. É incrível o que se pode fazer com palavras simples e situações do dia-a-dia. Ainda sim, eles conseguiram imprimir doses de poesia (na letra e na música).


“Ficamos suspensos / Perdidos no Espaço”

O Reggae – faixa 7:

Essa faixa é um ska. A guitarrinha clássica do ritmo reggae está presente, ao lado da ótima linha de baixo do Negrete (Renato Rocha) que dá a cadência da música. A bateria de Bonfá é firme, clássica. E o vocal de Renato: in-dig-na-do!

"Ainda me lembro aos três anos de idade / O meu primeiro contato com as grades / O meu primeiro dia na escola / Como eu senti vontade de ir embora..."

Quem nunca passou por isso, que atire a primeira pedra! O interessante da música é a universalidade do tema. Pra mim, se trata basicamente de como é difícil crescer. Mas ao mesmo tempo, Renato declara guerra à geração anterior, além de ter um "que" da velha revolta contra a polícia que perseguia os punks de Brasília (incluindo o jovem Renato Russo).
Pra você ver como conflitos de gerações podem render bons frutos:

"Beberam meu sangue e não me deixam viver / Vem falar de liberdade pra depois me prender / Tem o meu destino pronto e não me deixam escolher / Pedem identidade pra depois me bater..."

Baader-Meinhof Blues – faixa 8:

Essa daqui não é tão desconhecida por causa da regravação no Acústico MTV. Dado, Renato e Bonfá escolheram bem a representante do disco Legião Urbana para a ocasião.
ps.: até hoje, meu sonho é fazer o solinho da guitarra no início da música (antes de A violência é tão facinante)

“Tudo parece ser tão real / Mas você viu esse filme também”

É a música mais humana do disco. Renato canta o sentimento que poderia ser meu, seu...de qualquer pessoa. Com um diferencial, o talento!

“Já estou cheio de me sentir vazio / Meu corpo é quente e estou sentindo frio / Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber / Afinal, amar o proximo é tão demodê...”

O nome da música ainda é um mistério pra mim. Já procurei em sites, nunca vi nada explicando em revistas e até tentei procurar tradução. Inglês, pelo menos, eu acho que Baader-Meinhof não é.

“Não estatize meus sentimentos p'rá seu governo / O meu estado é independente”

Sacou a jogada aqui? Estatize – Governo – Estado – Independente!Vale a pena conferir, ainda, a versão dessa música no disco Música Para Acampamentos. É diferente, podes crer!

Soldados – faixa 9:

Soldados tem sido bastante tocada ultimamente, pelo menos nas fms locais. E com razão é quase um épico. A canção começa com a bateria de Bonfá martelada como as solas das botas de soldados marchando. Entra o baixo certeiro e a Dado dá alguns acordes na guitarra. O teclado (é o Renato Russo quem toca) dá o tom sublime.

“Nossas meninas estão longe daqui...”

Essa frase é tendenciosa, mas ouvindo a música normalmente eu não percebi (nunca na vida) que se tratava do relacionamento entre dois rapazes. Outra que aborda discretamente o tema é Teorema.

Teorema – faixa 10:

“Não vá embora / Fique um pouco mais / Ninguém sabe fazer / O que você me faz”

Nem precisa falar mais nada!! Renato já declarou em entrevista é sobre sexo oral!
Mas a primeira vez que ouvi essa música foi a regravação do Ira!. Nem preciso falar que a versão original é 100000x melhor. Pura energia e distorção!

Por Enquanto – faixa 11:

Sim, essa é famosa. Mas nos vocais de Cássia Eller. Com a Legião Urbana, nada de violão, nem guitarra. A base é feita pelo baixo e pela bateria eletrônica (tun tis tun tun tun tis tum a música toda). A letra, como muita gente, sabe é linda. Ahh...o nananana que Cássia Eller entoa na sua versão, é uma imitação do teclado de Renato Russo.
Por enquanto foi eleita pelo crítico musical Arthur Dapieve (autor da biografia Renato Russo – O Srovador Solitário e atualmente trabalha no jornal O Globo) como uma das melhores faixas de encerramento de discos.

“Estamos indo de volta pra casa...”

Para finalmente terminar, o trabalho gráfico do disco é simples e bonito. Capa branca, foto em preto e branco, letras vermelhas, desenhos de Marcelo Bonfá. No final de 1985 (ano seguinte após o lançamento de Legião Urbana), a banda foi eleita como revelação por veículos como a Revista Bizz. Na edição de outubro de 2007 da Revista Rolling Stone, esse álbum foi eleito o 40º entre os melhores discos da música brasileira.
Mas depois dele, muito ainda estava por vir para a Legião.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Revele os seus vícios!


Bom, faz um tempinho que já não posto aqui. Então, a preguiça me deu a idéia de abrir essa seção. É simples. Eu posto a letra ou tradução do meu vício do momento. Sim, isso você poderia olhar em qualquer site, mas veja bem, estou com preguiça !

ps.: espero que ele tenha só brincado realmente.

Bigmouth Strikes Again - The Smiths

Composição: Morrissey e Johnny Marr

Disco: The Queen is Dead (1986)

Doçura, doçura, eu estava só brincando
Quando disse que gostaria de arrebentar
Cada dente de sua boca

Doçura, doçura, eu estava só brincando
Quando disse que o certo seria você
Ser coberta de cacetadas na sua cama

E agora eu sei como Joana d'Arc se sentiu
Agora eu sei como Joana d'Arc se sentiu
Enquanto as chamas subiam até seu perfil romano
E seu walkman começava a derreter

Desbocado, desbocado
O desbocado ataca outra vez
E eu não tenho mais direito de assumir o meu lugar
Entre a raça humana

E agora eu sei como Joana d'Arc se sentiu
Agora eu sei como Joana d'Arc se sentiu
Enquanto as chamas subiam até seu perfil romano
E seu aparelho para surdez começava a derreter

Desbocado, desbocado
O desbocado ataca outra vez
E eu não tenho mais direito de assumir o meu lugar
Entre a raça humana

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Nota em Voga!


The B’52s em ação

Em meio à moda pseudo-anos 80 presente na cena “alternativa” goianiense (paulista, mundial?), um grande expoente da década volta a ativa. Yeah!! Dia 24 de fevereiro chega às lojas disco novinho dos B’52s !! Enquanto isso, já é possível ouvir em sites por aí faixa-título do álbum Funplex.

E o melhor de tudo, a banda está completa, com exceção de Rick Wilson (que faleceu em 1986). Kate Pierson, Cindy Wilson, Fred Shneider e Keith Strickland prometem novo trabalho dançante e divertido como toda a carreira dos B’52s. De acordo com o guitarrista Keith Strickland, Fuplex é rock’n’roll-glam-elecro-soul.

Para quem ainda não conhece, a melhor definição para o som dos B’52s é música para festas. E nada de tunts tunts. Eles conseguem fazer todo mundo dançar com instrumentos de verdade (elétricos) e com a enlouquecedora integração dos vocais de Kate, Fred e Cindy. Ah...com tudo isso, eles fundaram,1979, a new wave.

Mas voltando pros anos 2000, os B’52s bem que podiam sair em turnê e dar passarem por aqui. Aí, quem sabe a gente aprende que anos 80 não são só oncinha, calça leg e tênis de astronauta.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Era uma vez...


Made of Bricks (2007) – Kate Nash

Garotinhas gostam de fantasiar, certo? Nem sempre. Mas uma inglesinha chamada Kate Nash parece gostar. Para começar, a capa do disco dela parece pertencer a alguma conto de fadas. Pela roupa ela seria a Chapeuzinho Vermelho. Mas voltando a realidade, a história de Kate Nash poderia ser a de qualquer cantora.

Ela tinha um violão, descobriu que sabe compor e, ainda por cima, tem uma boa voz. Até que acharam a página de Nash no myspace da pop-revelation Lily Allen. De lá para cá, ela gravou EPs até chegar ao álbum Made of Bricks. Porém, eu só tive a oportunidade de ouvi-la graças a minha irmã.

Eu passava da sala pro banheiro, do banheiro pro quarto, do quarto pra cozinha e a menina só ouvindo a mesma música. Milhares de vezes. Era Foundatios de Kate Nash. Eu já não agüentava mais, e então, resolvi ouvir com atenção. Piano, violão, meiguice e uma voz diferente. Às vezes, soa estranha como um sussurro ou coisa parecida.

A inocência da cantora transcende a voz e a melodia das músicas. O que há mais comum do que moças cantarem amores? “Mas ele estava olhando pra ela, como se fosse engraçado.” Contudo felizmente, Kate consegue fazer o que tantas tentam, ela transmite sinceridade. Kate Nash deixa no chinelo colegas de geração como Avril Lavigne e outras coitadas mais.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

"Vai Rapariga!"

Grito Rock Goiânia - 2008


Descobri uma coisa interessante neste último sábado. Ou eu estou ficando chata ou meu ouvido não agüenta mais escutar certos barulhos. Não vou falar mal das bandas iniciantes, até porque quanto mais grupos tiverem tocando melhor para todos, mas é que eu já passei tempo demais ao som de ruídos estranhos.

Mas eu não estou tão refinada assim. Apesar da chuva deu para curtir shows legais como Woolloongabbas, Super Hi-Fi e Montage. Não falo do resto porque, além destas bandas, só fiquei minutos no teatro. Ou seja, passei muito tempo em pé e na pista de dança do bar (yeah! o DJ François Calil bombou).

Depois de quatro horas em pé, finalmente o Montage subiu ao palco. Visual, performances e tudo aquilo que a gente já conhecia muito bem. Porém, o público de Goiânia pode se deliciar com algumas novidades. Novas versões para músicas antigas e a bundinha do vocalista Daniel Peixoto. Isso mesmo, pela primeira vez em Goiânia ele abaixou as calças! Choquei (hahaha), mas teve gente que se decepcionou. Queriam ver era a parte da frente!!!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Montaaage!


Depois de três shows do Montage (duo nordestino de electro-rock), eu ainda vou ao Grito Rock Goiânia para dançar mais um pouquinho com o som ao vivo dos caras!

É isso aí, até oito e meia na porta do Martim Cererê!!